O residencial dos Oitis, por muito tempo estigmatizado como “Carandiru”, vive um momento histórico de transformação.
A luta de uma década dos moradores, marcada por resistência e organização coletiva, resultou em uma conquista inédita: a realocação para moradias dignas por meio de uma ação judicial movida pela Defensoria Pública. Esse avanço é uma vitória não apenas para as famílias diretamente beneficiadas, mas também para toda a comunidade, que provou que a mobilização popular tem força para mudar realidades.
A trajetória até essa conquista não foi fácil. Durante anos, os moradores enfrentam condições precárias, violência e abandono. Mas foi exatamente essa realidade que impulsionou a organização social dentro do Residencial. A criação da Cozinha Popular Oitis, que atualmente distribui cerca de 160 marmitas diárias, é um exemplo da solidariedade e resistência que marcaram essa caminhada.

Renata Marques, moradora e atuante no Coletivo Bases e na Cozinha Popular Oitis, compartilha sua emoção diante dessa nova etapa: “Quando recebi a chave, senti a mesma emoção de antes, mas desta vez foi ainda mais forte, porque tudo o que vivemos aqui durante esse longo período nos marcou profundamente. Saber que agora vamos para um lugar melhor é indescritível. É uma vitória. Uma vitória justa! Agora, só nos resta orar para que tudo se concretize.”
A história de Silvia Iris, outra moradora do Residencial, ilustra os desafios vividos por muitas famílias. “Conquistei tudo com muito esforço. No início, era uma bênção, mas, com o tempo, o sonho virou pesadelo. Violência, drogas, falta de oportunidades… Tive que abandonar tudo para proteger minha família.” Apesar das dificuldades, Silvia continua acompanhando a luta da comunidade e reforça a necessidade de políticas públicas para garantir dignidade aos moradores realocados.
Com a Secretaria de Habitação iniciando o cadastramento das famílias, o momento agora é de transição e esperança. A história do Residencial dos Oitis é uma prova de que a organização popular é capaz de transformar vidas e garantir direitos. E, acima de tudo, reforça a importância da luta coletiva para a construção de um futuro mais justo.
Como está neste momento: Neste momento todas as famílias cadastradas estão aguardando como será o processo de realocação para novas moradias, para que tenham condições de uma vida digna.
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Muito legal!